"Pensei que era moleza mas foi pura ilusão
Conhecer o mundo inteiro sem gastar nenhum tostão"
(Melô do Marinheiro - Os Paralamas do Sucesso)
Esse blog é dedicado a todos que voam, que já voaram e que sonham em voar!





Desconstruindo a Aeromoça

Quem é leigo em matéria de aviação, conhece aquela profissional que trabalha a bordo de aeronaves como aeromoça.
Até aí tudo bem, apesar de "aeromoça" ser um nome do tempo de Santos Dumont.
Para quem é do meio, o nome é usado apenas como brincadeira. Inclusive é uma forma de identificar quem trabalha ou tem familiaridade com aviação dos "outros".

Gostaria de saber daqueles que chamam as mulheres de aeromoças, como se referem aos homens que exercem a mesma função. Aeromoços? Araújos? rsrs Afinal, se quem trabalha no mar é marujo, por que quem trabalha no mar não pode ser araújo?

Voltando alguns anos na história da aviação civil, podemos encontrar a origem do nome aeromoça. Para trabalhar a bordo de aeronaves, a moça precisava ser solteira. Quando se casava tinha que pedir demissão.
Por isso as aeromoças de um modo geral eram todas moças.


Hoje a mulher pode exercer a função até se aposentar. Pode casar e constituir família. Por isso o nome, além de defasado, pode dar margem à apelidos pejorativos como aerovelha, aerogorda, aeroputa, esse último por causa do mito de que "aeromoças estão sempre disponíveis para o sexo".

Outra coisa que também mudou ao longo dos anos foram as atribuições da função à bordo. A função da aeromoça era de uma hostess. Ela recebia os passageiros com simpatia, zelando pelo conforto de todos e oferecia refeições e bebidas com classe e elegância.

Essa ainda é a função principal das comissárias. Apesar da dificuldade de servir barrinhas de cereal com classe e elegância, tem as que conseguem! Mas além dessa função, a comissária de voo acumulou outras. Ela sabe combater princípio de incêndio, sabe procedimantos de primeiros socorros, sobrevivência na selva e no mar, sabe evacuar uma aeronave numa emergência.

A comissária é a aeromoça pós-moderna. É a mulher de dupla jornada como tantas outras nas mais diversas profissões. É a mãe culpada, a esposa ausente, a filha que nunca aparece para o almoço de domingo, a amiga sumida. Nenhum glamour.
Deixemos o glamour para a figura mitológica da aeromoça, que ainda hoje povoa o imaginário popular, principalmente o masculino.

Aquela que te serve a bordo dos aviões, que trabalha nos horários mais exdrúxulos mas mesmo assim te cumprimenta sorridente quando você embarca, aquela que mal para em casa é a comissária.
Aeromoça é fantasia de sex shop.