"Pensei que era moleza mas foi pura ilusão
Conhecer o mundo inteiro sem gastar nenhum tostão"
(Melô do Marinheiro - Os Paralamas do Sucesso)
Esse blog é dedicado a todos que voam, que já voaram e que sonham em voar!





sábado, 22 de outubro de 2011

Dia do Aviador

No dia 23 de Outubro de 1906, o brasileiro Alberto Santos Dumont a bordo do 14 Bis decolou do Campo de Bagatelle em Paris e percorreu 60 metros, voando a uma altura de cerca de três metros do solo na frente de centenas de testemunhas.
Com esse feito ganhou a taça Archdeacon e a prova para aparelhos mais pesados que o ar, nome que os futuros aviões tinham na época.

O 14 Bis, que levou cerca de dois meses para ser construído, foi o primeiro avião do mundo a realizar um voo completo: decolagem, o voo propriamente dito e pouso.

Porém, a autoria da invenção do avião foi atribuída a dois irmãos americanos, os irmãos Wright, por questões nacionalistas e de outros interesses em jogo.

Santos Dumont, por sua personalidade idealista nunca patenteou seus inventos. Preferiu coloca-los à disposição de quem quisesse construi-los e utiliza-los.

Para os brasileiros Santos Dumont É o Pai da aviação, mesmo que o mundo diga o contrário. Por isso o dia 23 de Outubro no Brasil é o Dia do Aviador.

Graças a esse homem genial, controverso e idealista hoje podemos realizar o sonho ancestral da humanidade de voar sem ter asas. E quem já experimentou o gosto de voar não consegue mais ficar com os pés na terra sem olhar para o céu.

"Haverá hoje, talvez, quem ridicularize minhas previsões sobre o futuro dos aeroplanos. Quem viver, porém, verá..." Alberto Santos Dumont. Paris, França - 1905.

sábado, 15 de outubro de 2011

Coisas que nos irritam - Encomendas



Se há algo que irrita tripulantes em geral, em especial os comissários por serem os mais procurados, são as encomendas que as pessoas fazem sempre que eles vão viajar.
  Pelo fato do comissário ter acesso fácil a bens de consumo em outros países, tem gente que pensa que eles tem obrigação de aceitar encomendas, por mais estapafúrdias que elas sejam.

Vou transcrever aqui um texto que apesar de não ser meu não poderei dar os créditos, pois encontrei na internet e não constava o autor. Mas resume perfeitamente esse péssimo hábito que o povo tem de fazer encomendas aos que vão viajar. O texto se refere àqueles que viajam a turismo, mas é só multiplicar por 1000 para se ter uma idéia de como isso irrita os comissários:
"Fazer encomendas a quem viaja é um dos costumes mais antigos que existem.

E põe antigo nisso. Fazer encomenda é do tempo em que se tinha medo de avião. Do tempo em que família, a família da namorada, algumas ex-namoradas e o prédio inteiro iam se despedir de você no aeroporto — até na ponte aérea. Do tempo em que o exterior era conhecido como “o estrangeiro”. Do tempo em que produto importado era não apenas raro, como na maioria das vezes ilegal.

Hoje em dia, dependendo da natureza do pedido e do grau de relacionamento entre o pedinte e o viajante, a encomenda pode variar entre: 

1) um mau costume; 

2) uma total falta de educação.

Na hora de pedir — e de aceitar — uma encomenda, ninguém se dá conta do transtorno que vai ser, em algum momento da viagem, parar para pensar na encomenda, andar para comprar a encomenda, achar a encomenda, conferir as especificações da encomenda, pagar a encomenda, empacotar a encomenda, fazer a encomenda caber na mala, carregar a encomenda, passar pela alfândega com a encomenda.
A última vez que eu fiz uma encomenda, foi para uma (ex) funcionária minha que tinha acabado de pedir demissão e ia passar uma semana em Paris. Como você vê, ela merecia.
As encomendas enganam. 
As que parecem fáceis demais sempre têm dois ou três modelos para você escolher (e ninguém te falou isso antes). Com as super-especificadinhas, é batata: a linha foi renovada, mudaram os nomes e as embalagens, e esqueceram de avisar a pessoa que te fez a encomenda. Outras encomendas até que fazem sentido no calor do momento, mas acabam ininteligíveis na hora que você retoma o assunto e vai comprar: o que era aquilo mesmo que ela falou?
 Resista. Mude de assunto. Tenha uma vontade súbita de ir ao banheiro, e suma. Se for para perder o amigo, melhor que seja agora do que na volta (depois do trabalhão que a encomenda vai ter dado). Se você quiser lançar mão de desculpas e subterfúgios educados, aqui vão alguns.
• Peça o endereço da loja. Endereço completo, por favor. Se for necessário, seja acometido por uma amnésia rápida: Broadway? Como assim, Broadway? Ou mude-se mentalmente para o outro lado da cidade e prometa que, se passar por lá, vai tentar, quem sabe se tudo correr bem, achar.

• Peça por escrito. “Você me passa depois tudo direitinho por escrito?”. E não esqueça de desligar o fax.

• Se o pedinte for seu superior hierárquico ou parente mais velho: minta. Minta deslavadamente. Fale que você procurou feito um doido mas não achou. Descreva todas as coisas que você supostamente deixou de fazer só para procurar a encomenda. Misture as letras da marca encomendada, e diga que ninguém nuuunca ouviu falar desta marca lá onde você foi.
 • Se você aceitar a encomenda e depois se arrepender: não traga nada. Compre mais um exemplar deste elucidativo compêndio e dê de presente — com um post-it amarelinho colado na página inicial deste capítulo."
Em relação a encomendas, vou acrescentar algumas coisas que deixam os comissários loucos da vida. Geralmente as encomendas não vem acompanhadas de dinheiro. É na base do "compra aí que na volta a gente acerta". E na hora do acerto muitas vezes saímos perdendo. A compra foi feita em Dólares ou Euros, e o pagamento é em Real com câmbio defasado! Isso quando não se leva calote. A pessoa faz a encomenda e passada a euforia do momento se arrepende. E aí não te atende mais ao telefone, manda dizer que não está, some do mapa!

Outra coisa irritante são os "favores" que as pessoas acham que comissários tem que prestar, já que "vivem viajando mesmo".

Como no caso da esposa de um conhecido que tinha um salão de beleza, e perguntou se eu poderia trazer para ela três potinhos de um creme para cabelos. Eu não precisaria fazer nada. O irmão dela que morava em Nova York passaria no meu hotel e deixaria os cremes. Ao perguntar qual era o tamanho dos potes fui informada de que eram mais ou menos do tamanho de uma lata de refrigerante.

Resumindo a história, o irmão passou no hotel tarde da noite, e para não me acordar deixou os cremes na recepção. No dia seguinte quando eu peguei, constatei que cada "potinho" do tal creme, além de ser bem maior do que uma lata de refrigerante, pesava pelo menos três quilos! Ódio!

Fora os telefonemas que você recebe de gente que você nunca ouviu falar se apresentando como "primo do vizinho da cunhada da sua amiga", aquela sua amiga muy amiga que deu seu telefone, te pedindo para comprar um remédio específico, ou pior, para levar alguma encomenda para alguém.

Como muitos dos que acessam esse blog tem interesse em ser comissário, vou deixar aqui dois conselhos que dou de graça:

1) NUNCA aceite levar pacotes de terceiros para alguém, principalmente se o voo é para o exterior. Nem se for um ursinho de pelúcia para a netinha de uma avozinha muito simpática e querida. Mas se for impossível escapar dessa cilada, abra o pacote e confira detalhadamente o conteúdo. Comissários são muito visados para transportar coisas ilícitas. Até você explicar que focinho de porco não é tomada...

2) Não tenha receio de recusar encomendas de ninguém. Nem da sua mãe! Às vezes até a mãe da gente perde a noção. Diga um NÃO bem redondo! Se a pessoa ficar magoada e ofendida, azar o dela. Antes ela magoada do que você irritado(a), estressado(a) e cheio(a) de rugas!


 

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Saudades dos tempos da Pan Am...

Uma nova série estréia na ABC, rede de TV americana. Não sei quando ou se vai chegar às terras tupiniquins, mas quem puder baixar no Tio Tube, no site da ABC ou conseguir com um amigo que mora na América, vale super a pena!

Era uma vez uma época glamourosa, nos distantes anos 60, onde a galera curtia sexo, drogas e rock'n'roll, mas também era um tempo em que as mulheres, inclusive as comissárias tinham o direito de serem mulézinhas, e não a multimulher que somos obrigadas a ser agora.

Era uma vez um tempo em que póóóbre passava longe de avião, e onde viagens aéreas eram privilegio de poucos.

Milton Nascimento (aquele que estava mais perdido do que o cego Stevie Wonder em tiroteio no Rock in Rio) fez uma canção chamada "Saudades dos aviões da Panair". 
Eu não me lembro da Panair. Quando ela foi "falida" pela ditadura militar eu era muito pequena para me lembrar de qualquer coisa.

Mas da Pan American eu me lembro bem! Lembro do glamour e também da queda. E por causa disso eu sei que o mundo é redondo, e que tudo se desloca. (Quem leu As Brumas de Avalon sabe do que eu estou falando). Um dia você dorme rei, no outro acorda mendigo.




Como sugestão de filmes que valem a pena para quem gosta ou quer entrar na aviação, sugiro Prenda-me se for Capaz, com Leonardo Di Caprio e Tom Hanks.


O tema principal do filme não é a aviação. Mas eu garanto que vocês vão gostar. E muito!!!

Para quem quiser baixar a série legendada, ela está disponível AQUI, ou no  Portal Meio Aéreo