O hotel é a segunda casa do tripulante. De um modo geral os hotéis são sempre os mesmos em cada cidade, salvo se a companhia aérea rescindir o contrato. Por isso o tripulante já conhece suas dependências, as facilidades que o hotel oferece, o café da manhã.
O salão onde o café da manhã é servido é um ponto de encontro da galera voadora. Marca-se encontro lá para depois sair, ou apenas conversar. As mesas onde se sentam os tripulantes são facilmente reconhecidas porque sempre cabe mais um. Geralmente os breakfasts são demorados. Aproveita-se para comentar do voo, da escala, saber das últimas e armazenar comida no bucho para não precisar almoçar.
O estilo camelo de se alimentar também é parte do modus operandi dos comissários. Assim não se gasta a diária de almoço. É mais uma merrequinha em caixa.
A piscina do hotel também é um dos lugares favoritos dos voadores quando em terra firme. Nem todo mundo gosta de malhar, mas quase todo mundo curte pegar um solzinho enquanto joga conversa fora.
Identificar um grupo de tripulantes na piscina é fácil. Para começar, eles sempre andam em grupo. Falam alto, usando jargões da aviação, parece um dialeto. Movimentam-se com a desenvoltura de quem já é habituè. Não raro chamam garçons e outros funcionários pelo nome.
O hall do hotel é um ótimo ponto de encontro para reunir a galera e sair para jantar, ou para outro programa. É adequado também na volta do jantar ou de outro programa para esticar um pouco mais o papo, antes de subir cada um para o seu quarto.
O quarto do hotel também serve para reuniões e happy hours. Cabe ressaltar aqui que aquele que cede o quarto para tais eventos deve ficar atento e moderar a exuberância verbal dos colegas, principalmente se estiverem em estado etílico. Porque se baterem na porta para reclamar do barulho, é o ocupante do quarto quem terá que passar óleo de peroba na cara e atender ao reclamante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário